Nos tempos de Jesus, havia em Jerusalém uma piscina chamada Betesda, conhecida por ser um lugar de esperança para muitos doentes e aflitos. Naquela época, acreditava-se que um anjo agitava as águas da piscina, e que o primeiro a entrar nelas seria curado de qualquer enfermidade. Esse lugar, que representava tanto a esperança quanto o desespero, reunia uma multidão de pessoas à espera de um milagre.
Entre essa multidão, havia um homem que estava lá há muito tempo, incapaz de se mover sozinho. O relato bíblico nos diz que ele sofria de uma enfermidade que o paralisava, impedindo-o de alcançar as águas quando elas eram agitadas. E é nesse cenário que Jesus aparece.
A Pergunta Inusitada de Jesus
Jesus vê e conhece esse homem, mesmo no meio de tantos outros que estavam em busca de cura. Ele se aproxima e, de maneira inesperada, faz uma pergunta simples, mas poderosa: “Você quer se curar?”
A princípio, a pergunta parece óbvia. Afinal, por que alguém que está em um lugar de cura não desejaria ser curado? No entanto, o foco de Jesus não está apenas na enfermidade física, mas também no desejo interior daquele homem de buscar transformação. A cura, nesse caso, não depende apenas do poder milagroso das águas, mas de algo mais profundo: a disposição para sair da condição de prostração.
A Resposta do Homem e a Ação de Jesus
O homem responde explicando sua situação. Ele diz que, por causa de sua condição, não tem ninguém para ajudá-lo a chegar até a piscina no momento certo. Em outras palavras, ele acredita que sua cura depende de fatores externos – alguém que o ajude, ou da oportunidade de ser o primeiro a entrar nas águas.
Mas Jesus não se deixa limitar por essas circunstâncias. Ele simplesmente responde: “Levanta, carrega teu leito e caminha.” Em um ato de compaixão e poder, Jesus convida aquele homem a dar o primeiro passo em direção à cura.
O Primeiro Impulso: Caminhar em Direção à Cura
Embora o relato não nos diga exatamente o que o homem sentiu naquele momento, podemos imaginar que algo mudou dentro dele. Talvez tenha sentido uma força imediata em seus músculos debilitados, ou simplesmente acreditou nas palavras de Jesus e decidiu tentar. O importante é que ele deu o primeiro passo. Ele fez o esforço inicial, e a cura seguiu esse movimento.
Esse relato é um poderoso símbolo das muitas vezes em que também nos encontramos paralisados – emocional, espiritual ou fisicamente – esperando que algo ou alguém nos tire da nossa condição de sofrimento. Podemos nos ver prostrados, sem esperança, acreditando que a solução depende de fatores externos, quando, na verdade, o primeiro passo precisa vir de dentro de nós.
A Importância do Primeiro Passo
Jesus não perguntou: “Quer que eu te cure?” Ele perguntou: “Você quer se curar?” Isso nos mostra que, mesmo com a ajuda divina, é necessário que tomemos a iniciativa. A cura começa quando decidimos nos levantar, mesmo que o primeiro impulso seja difícil. A força de Deus age em nós, mas é preciso que façamos o movimento inicial.
Talvez aquele homem, ao ouvir as palavras de Jesus, tenha sentido a confiança necessária para tentar algo que não tentava há muito tempo. O poder de Deus já estava presente, mas ele precisou crer e agir para experimentar a cura.
Conclusão
O que podemos aprender com essa história de Betesda é que o poder de Deus continua agindo em nosso favor, mas cabe a nós dar o primeiro passo em direção à cura. Que possamos, como aquele homem, encontrar em nós a coragem de tentar, de levantar, mesmo quando tudo parecer difícil.
Meu desejo é que você e eu possamos encontrar esse impulso interior, crendo que, ao tomarmos a iniciativa, o poder de Deus nos sustentará e nos levará à plena restauração. Assim como aquele homem foi curado, podemos também caminhar em direção à nossa própria cura, seja ela física, emocional ou espiritual.